quarta-feira, 23 de março de 2011

Ministério da Previdência Social
INSS luta pela realização do concurso

  
A expectativa é de que o governo da presidente Dilma Rousseff dedique atenção especial ao clamor pela realização do concurso público previsto para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso se justifica em função da necessidade de adequar a estrutura da autarquia à implantação do Plano de Expansão da Rede de Atendimento (PEX), além de minimizar o déficit de mais de 10 mil servidores e de se preparar para repor o pessoal que irá se aposentar - 7 mil profissionais poderão deixar o instituto até o fim do ano.
             O Ministério do Previdência Social irá empreender um esforço para alertar o governo federal dos fatos que fazem necessária a realização do concurso, sobretudo, porque o Ministério do Planejamento sinalizou a possibilidade de em casos emergenciais rever a decisão de adiar a realização de novos concursos e a nomeação de aprovados para o Executivo federal neste ano, por causa do corte de R$50 bilhões no Orçamento da União em 2011.
                Sem entrar em detalhes, o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, confirmou que o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, negocia com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. "O ministro já pediu uma audiência com a ministra Miriam Belchior para discutir esse assunto. Nós vamos trabalhar para que ele (o concurso) seja exceção", explicou o ex-ministro da Previdência.
O INSS solicitou autorização para preencher 10 mil vagas (8 mil para técnico e 2 mil para analista) até 2014, sendo 2 mil ainda este ano. O cargo de técnico exige o nível médio (antigo 2º grau) e proporciona vencimentos iniciais de R$2.980. Há, ainda, uma gratificação de desempenho, que pode elevar a remuneração a R$3.280. Os profissionais atuam diretamente no atendimento aos segurados.
Já para analista do seguro social, a exigência é o ensino superior, em diversas áreas. A remuneração é de R$4.917. Com a gratificação de desempenho, os ganhos poderão ser elevados a R$5.580. Os profissionais são responsáveis pela análise e concessão de benefícios.
A criação das 720 agências decorre do PEX, iniciado ainda no governo Lula. Com ele, o INSS estará presente em 1.670 cidades brasileiras, com mais de 20 mil habitantes (atualmente, o instituto atua em 1.006 municípios). Num primeiro momento, a previsão é de que todas as unidades fossem construídas até o fim deste ano. Contudo, por causa de atrasos e do corte de R$50 bilhões no Orçamento, o instituto terminará as obras somente em 2012. Até o momento, apenas 61 postos estão funcionando.
Por diversas vezes, o ministro Garibaldi disse que não é possível expandir a rede sem fazer o concurso. Soma-se a isso a necessidade de repor o déficit de pessoal. Em âmbito nacional, o INSS possui mais de 39 mil profissionais ativos. No entanto, para atender à demanda atual (sem contar com as novas agências), é preciso mais de 10 mil servidores, segundo a Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps).
Outro fator preocupante é a recomposição do quadro de pessoal devido ao envelhecimento da força de trabalho. Por exemplo, 7 mil profissionais podem se aposentar até o fim do ano. Nos próximos anos, aproximadamente 50% da força de trabalho estará nas mesmas condições.

Fonte: Folha Dirigida