terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Polícia Federal
PF: cortes não devem afetar o concurso 
  


Embora o governo tenha anunciado na última quarta-feira, dia 9, que haverá corte de R$50 bilhões no Orçamento do Poder Executivo, ainda não está definido qual será o impacto em cada ministério e nem como será feita a redução das despesas. Com base nessas incertezas, a Assessoria de Imprensa da Polícia Federal (PF) destacou à FOLHA DIRIGIDA nesta sexta, 11, que prosseguem os planos de realização de novos concursos para a corporação, com o objetivo de prover 1.352 vagas distribuídas pela atividade-fim e área de apoio.
Ainda de acordo com a Assessoria de Imprensa da corporação, que está vinculada ao Ministério da Justiça, somente após o governo determinar oficialmente como serão feitos os cortes poderá haver qualquer pronunciamento, uma vez que, no momento, o cenário é de especulações. Caso haja redução da verba no Ministério da Justiça, o titular da pasta, José Eduardo Cardozo, definirá com o Ministério do Planejamento, da sua colega Miriam Belchior, as medidas a serem adotadas nesse sentido.
Mesmo que o Ministério da Justiça tenha perdas, a PF poderá ficar de fora, tendo em vista que a pasta engloba, entre outros órgãos, as secretarias nacionais de Justiça, de Segurança Pública e de Políticas sobre Drogas e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na hipótese da PF ser afetada, a redução de gastos poderá se restringir à estrutura física e equipamentos, e não necessariamente à admissão de funcionários para o quadro de pessoal.
Além disso, a realização de novos concursos para a Polícia Federal tem importância estratégica nesta década, em virtude da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas Rio-2016, pois crescerá vertiginosamente a demanda de segurança no país e de emissão de passaportes, por exemplo. Se o governo negligenciar essas necessidades correrá o risco de perder credibilidade no cenário internacional, como já apontou o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal (Sindepol), Joel Zarpellon Mazo.

Os concursos - Conforme afirmou recentemente à FOLHA DIRIGIDA o diretor de Gestão de Pessoal da PF, delegado Joaquim Mesquita, a expectativa para 2011 é que a corporação receba autorização para abrir 1.352 vagas, das quais 1.024 para a área policial e 328 para a técnico-administrativa.
Na atividade-fim, o objetivo é promover dois concursos (cada um com oferta de 512 vagas), sendo o primeiro para 116 papiloscopistas e 396 agentes e, o segundo, para 150 delegados e 362 escrivães. Enquanto os cargos de agente, escrivão e papiloscopista exigem nível superior em qualquer área e carteira de motorista "B" (remuneração de R$7.818,33), o de delegado é exclusivo para bacharéis em Direito com a mesma habilitação (R$13.672,68). Os rendimentos abrangem auxílio-alimentação, de R$304.
Já na área administrativa, as 328 oportunidades destinam-se a agente administrativo, função que exige nível médio completo. Já incluindo os R$304 de auxílio-alimentação, a remuneração chega a R$3.203,97. No período de 2007 a 2010 saíram 521 servidores de apoio (de 3.272, o quantitativo passou para 2.751), aumentando, desse modo, a necessidade de reoxigenação do quadro.

Fonte: Folha Dirigida